Questionar as medidas de privação de liberdade e entender a importância do cumprimento em meio aberto, é fortalecer a possibilidade de um futuro para a juventude inserida no Sistema Socioeducativo.

A socialização é um fator essencial no desenvolvimento humano, particularmente durante a adolescência, uma fase caracterizada pela busca de identidade e pertencimento. O atendimento em meio aberto reconhece essa necessidade intrínseca de interação social, permitindo que os adolescentes em conflito com a lei continuem a fazer parte de suas comunidades. A interação com pares e adultos, o envolvimento em atividades construtivas e a manutenção dos laços familiares ajudam a forjar relações saudáveis e a adquirir habilidades interpessoais cruciais para uma reintegração bem-sucedida.

Um Sistema Socioeducativo voltado para o desenvolvimento tem o potencial de interromper o ciclo de violência. A privação de liberdade, muitas vezes, resulta em uma perpetuação desses comportamentos, enquanto o atendimento em meio aberto propicia a oportunidade de interromper esse ciclo.

É dever do Estado investir em uma política de cunho pedagógico, em oposição a uma abordagem estritamente punitiva. Para que se diminua o fluxo das unidades de privação de liberdade, é preciso que o atendimento em meio aberto seja qualificado. Isso envolve a contratação de profissionais, programas educativos, atividades culturais e esportivas, apoio psicossocial e acompanhamento individualizado. Ao investir nesses aspectos, o Estado enfatiza a responsabilidade coletiva pela juventude.

Lutar pela prevalência das políticas de meio aberto, é lutar pela liberdade da juventude! A mudança para que a Socioeducação priorize o desenvolvimento humano e interpessoal é um passo crucial na construção de uma sociedade antirracista e preocupada com o futuro dos e das adolescentes.