Colocar em xeque o lazer de crianças e adolescentes, é negar a sua existência enquanto sujeitos de direito. O caráter classista e racista das medidas que buscam “higienizar” os espaços de convívio social, empurra a juventude brasileira para a margem da sociedade e a exclui dos ambientes de diversão e cultura.
A quem estão negando acesso com esta medida? Qual a cor e a classe das crianças e adolescentes ditas como “baderneiras”? O que é, de fato, “baderna”?
São inúmeras as problemáticas que envolvem o debate acerca da medida segregadora obtida pelo Shopping em Uberlândia. A principal delas, é a falta de políticas públicas voltadas para o lazer infanto-juvenil e de ambientes que possam ser verdadeiramente ocupados pela juventude, sem que ela precise ser vista como lucro.
Muito se discute sobre o Sistema Socioeducativo e quem está inserido dentro dele, mas há um suposto esquecimento de que esses(as) adolescentes e jovens já foram – e continuam sendo – indivíduos que têm os seus direitos mais básicos negados. O direito à cultura, ao lazer e à educação fazem parte dos pilares que moldam uma sociedade e não podem ser colocados em segundo plano.
A nossa luta é para que a juventude, preta e periférica, seja vista com os mesmos olhos de cuidado que a juventude branca e elitista. Que nenhum direito seja negado e que todo espaço seja ocupado!